A Dove assumiu uma postura ousada para o mercado, mas que tinha tudo para demonstrar o diferencial competitivo do produto e de quebra marcar uma posição da empresa com relação à beleza feminina. Resolveu mostrar para o mundo mulheres reais em suas propagandas, com a campanha “Real Beauty” (“Real Beleza”, no Brasil).
Era uma demanda do público e das organizações de apoio às minorias em vários mercados. Muitos questionavam o porquê dos produtos de beleza utilizarem mulheres brancas, magérrimas e tratadas no Photoshop quando falavam com mulheres que não têm tempo de passar horas no set de fotografia. A Dove inovou e resolveu mostrar a beleza dessas mulheres.
Mas a atriz e Relações Públicas Kelly Cutrone fez um diagnóstico inesperado para a campanha: ela não vende. Isso porque são os clientes quem preferem modelos magras e idealizadas, e não o mercado.
“A sociedade tem uma grande ênfase na magreza, e essa tendência vem dos clientes — e não da indústria da moda. A indústria precisa ganhar dinheiro. É o que fazemos. Se as pessoas dizem: ‘queremos uma pessoa lilás de 136 quilos’, a primeira indústria a fazer isso seria a da moda”, explica, em uma entrevista ao site The Fashion Spot.
E continua: “se você olhar para a campanha da Dove na Times Square — é tão ruim quanto um dedão machucado. Aquelas garotas em camisetas e roupas de baixo brancas, ao lado de propagandas da Calvin Klein e outras marcas de moda”, diz. “Como uma cliente, aquilo não me desperta o desejo de comprar um produto Dove. Eu sou a favor da aparência real, mas como cliente, não me faz querer comprar roupas”, afirma Cutrone.
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Via AdWeek
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