O velório acontece nesta segunda-feira, a partir das 11h, no crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo.
O empresário Roberto Civita morreu na noite deste domingo (26) em São Paulo, aos 76 anos, devido à falência de múltiplos órgãos. Presidente do conselho de administração do Grupo Abril, uma das maiores empresas brasileiras de comunicação, ele estava internado no hospital Sírio-Libanês havia três meses para a correção de um aneurisma abdominal.
O velório acontece nesta segunda-feira, a partir das 11h, no crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo. Civita deixa a mulher Maria Antonia, os filhos Giancarlo, que desde março responde interinamente pelas funções do pai no grupo, Roberta e Victor, além de seis netos e enteados.
De origem italiana, Civita também era editor da “Veja”, a maior revista semanal do país com circulação de mais de 1 milhão de exemplares, e diretor editorial da Abril S.A., com 9 mil funcionários e faturamento de R$ 2,98 bilhões em 2012, da qual faz parte a Editora Abril. Fundada em 1950 pelo pai de Roberto, a editora publica 52 títulos, entre eles as revistas “Exame”, “Claudia”, “Playboy”, “Quatro Rodas” e “Placar”.
Em entrevista ao jornal “Valor Econômico” em 2012, ao falar sobre as reações fortes provocadas pela “Veja”, revista que com o passar dos anos se tornou mais assertiva e polêmica em suas posições editoriais, Roberto Civita defendeu o título.
“Se você não está gerando reações fortes, está fazendo algo errado. Não acredito em imprensa que quer agradar a todo mundo. Por que você faz uma revista? Só para ganhar dinheiro? Eu acho que vem junto uma responsabilidade. Eu falo isso há 50 anos… Para todo mundo. Para os meus filhos. Eles não gostam, mas eu falo. Se você não quer ter a responsabilidade, vai fazer álcool, vai plantar batata.”
Filho do empresário Victor Civita e de Sylvana Alcorso, Roberto Civita nasceu em Milão em 9 de agosto de 1936. Três anos depois, sua família abandonou a Itália quando o regime fascista intensificou perseguições. Em 1939, partiram para Londres, onde nasceu Richard, irmão de Robert, e a seguir foram para os Estados Unidos.
A família viveu dez anos nos EUA, país em que seu pai se tornou sócio de uma fábrica de embalagens. Em 1949, visitou a Itália, onde Victor reencontrou seu irmão César, que havia se estabelecido na Argentina e lá editava a revista “El Pato Donald”, sob licença da Disney. César lhe disse que o Brasil lhe parecia um mercado promissor. Victor viajou com o irmão para conhecer sua editora na Argentina e, ainda em 1949, estabeleceu-se em São Paulo.
Sua família o seguiu em 1950, quando Victor lançou a edição brasileira de “O Pato Donald”. Roberto concluiu o segundo grau em São Paulo e logo voltou aos EUA. Entrou em física nuclear no Texas, mas se arrependeu e se transferiu para a Universidade da Pensilvânia, onde se formou em economia pela Wharton Business School em 1957, especializando-se em jornalismo com um estágio na revista “Time”.
Retornou ao Brasil em 1958 para trabalhar na editora do pai. Em 1966 Roberto lançou a revista “Realidade”, inspirada na revista “Life”. Um ano depois criou “Exame”, inspirada na “Fortune”. Em 1968 lançou “Veja” e em 1975 criou a “Playboy” brasileira.
Em 1982, o conglomerado foi dividido, e Roberto ficou com as revistas. Após a morte do pai, em 1990, procurou diversificar o grupo: criou a MTV em 1990, a TVA em 1991 e a DirectTV em 1996. As dívidas contraídas, porém, o obrigaram a se desfazer de parte dos empreendimentos. Em 1999, saiu da DirectTV e, em 2012, desfez-se da TVA.
Em 2006, associou-se ao grupo sul-africano Naspers. Na entrevista ao “Valor”, Roberto definiu o sócio estrangeiro como “gentil, afetuoso e amigo”: “Eles têm 30%, menos na [Abril] Educação, e não se metem.” Parte do Grupo Abril, a unidade de educação teve receita líquida de R$ 883,5 milhões no ano passado.
Roberto Civita deixa a mulher, Maria Antonia Magalhães Civita, os filhos Giancarlo Civita, Victor Civita Neto e Roberta Anamaria Civita, e seis netos.
Fonte: Tribuna Hoje
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