De fabricantes de celulares a donas de cinemas, veja as companhias que chegaram no topo e deixaram as concorrentes comendo poeira.
Samsung ultrapassou Nokia em celulares
Por 14 anos, a finlandesa Nokia manteve o posto de número 1 no mercado de celulares, posição roubada da Motorola em 1998. Mas o longevo reinado foi perdido no primeiro trimestre deste ano, quando a Samsung registrou vendas de 92 milhões de aparelhos, contra 82 milhões da outrora líder de mercado. Há menos de cinco anos, a Samsung tinha apenas um terço do mercado da Nokia. Mas a chegada do iPhone veio para chacoalhar o setor. Desde então, a Samsung apostou forte no lançamento de smartphones para competir com o aclamado aparelho da Apple, sem deixar de vender celulares mais baratos. A Nokia, por sua vez, vem registrando prejuízos consecutivos desde que adotou o sistema operacional do Windows em seus produtos. No último trimestre, a perda foi de 969 milhões de euros.
Toyota voltou ao topo, com GM em segundo
A General Motors encabeçou as vendas de veículos por décadas a fio – foram mais de 70 anos no topo do ranking. Em 2008, sofrendo os efeitos da crise financeira global, a americana foi ultrapassada pela Toyota. A GM chegou a pedir concordata, foi socorrida pelo governo e voltou com tudo à briga. Em 2011, ano em que um terremoto e um tsunami devastaram o Japão, a concorrente foi duramente afetada. Como resultado, a GM até conseguiu retomar a coroa – mas não teve fôlego para permanecer em primeiro. Até o meio do ano, a Toyota vendeu 4,9 milhões de carros segundo dados da Bloomberg, um aumento de 34% sobre o resultado do ano anterior, quando ainda amargava as consequências da tragédia. No mesmo período, a ascensão da GM foi bem mais modesta, de apenas 2,9%, percentual que lhe garantiu 4,6 milhões de automóveis colocados na rua até junho.
Lenovo bateu HP em computadores
2012 também foi o ano da mudança para as empresas de computadores. Em outubro, a chinesa Lenovo levou da americana HP o título de maior fabricante de máquinas pessoais. Segundo números da consultoria Gartner, a fatia de mercado da Lenovo atingiu 15,7% de julho a setembro, com uma ligeira vantagem sobre os 15,5% apresentados pela HP. Enquanto a HP perdia mercado ao tocar um plano de reestruturação interna, a Lenovo apertou o passo para se expandir, fechando parcerias e adquirindo fabricantes de componentes fora da Ásia. Um dos negócios foi fechado por aqui. No começo de setembro, a companhia comprou a brasileira CCE por 300 milhões de reais.
AB Inbev passou SAB Miller em cervejas
Os executivos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles orquestraram a tacada que uniu a Ambev com a belga Interbrew. Mas o passo seguinte daria ainda mais envergadura à resultante Inbev. Por 52 bilhões de dólares, a companhia levou a Anheuser-Busch, fabricante da Budweiser, em julho de 2008. Além de mudar o nome da cervejaria, que passou a se chamar Anheuser-Busch Inbev – ou simplesmente AB Inbev, a investida garantiu à empresa a liderança absoluta no mercado de cervejas. Até então, o posto era ocupado pela britânica SAB Miller, dona de marcas como Miller, Peroni e Grolsch. Hoje, a SAB Miller tem participação de 10% no volume de vendas, metade do total alcançado pela AB Inbev, conforme apurado pela Barth Report. No Brasil, sua controladora Ambev vende rótulos bastante conhecidos pelo público, como Brahma, Skol e Antarctica. Não por acaso, seu peso é ainda maior no país, com quase 70% do mercado nacional.
Facebook ficou na frente do Orkut em redes sociais
Em 2011, a rede social de Mark Zuckerberg firmou-se como a alternativa número 1 entre os brasileiros na web, quando o Facebook atingiu a marca de 36,1 milhões de visitantes. No mesmo período, o Orkut, do Google, recebeu 34,4 milhões de pessoas, segundo dados da comScore. Na prática, o acesso ao Facebook quase triplicou no período de um ano, já que a rede fechou 2010 com 12,4 milhões de visitas. De lá para cá, o crescimento não deu trégua. Hoje, estima-se que o site conte com 61 milhões de usuários no Brasil, quase um terço dos 193 milhões de habitantes do país.
Pão de Açúcar ganhou do Carrefour no Brasil
Em 2009, o Pão de Açúcar retomou a liderança do setor supermercadista e não largou mais o osso. Naquele ano, a diferença para o Carrefour foi bastante apertada. Segundo dados divulgados pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), a rede teve faturamento de 26,2 bilhões de reais, contra 25,6 bilhões da concorrente francesa. No ano anterior, o Carrefour levantara a taça, vitaminado pela incorporação da rede Atacadão, fechada em 2007 (em contrapartida, o Pão de Açúcar levou o Assaí). Mas o tempo passou e a diferença entre o faturamento empresas ficou cada vez mais maior. Em 2011, as vendas do Pão de Açúcar chegaram a 52,6 bilhões de reais. O número do Carrefour foi bem menor: 28,7 bilhões de reais.
Itaú ultrapassou Bradesco entre os bancos privados
O Itaú foi outra empresa que ganhou gás com uma fusão para subir no ranking do setor bancário. Ao se associar com o Unibanco, em 2008, o banco tornou-se a maior instituição privada do país, posição que era ocupada pelo Bradesco. Na época, os ativos combinados das duas empresas somavam mais de 575 bilhões de reais. Hoje, chegam a 960,2 bilhões de reais. O Bradesco segue na segunda posição do ranking, com 856,2 bilhões de reais em ativos.
Google superou Yahoo! em buscas e publicidade
Durante a década de 90, o Yahoo! ganhou fama não apenas como um endereço de buscas na web, mas como um portal de serviços variados. De cobertura de esportes, a e-mail e horóscopo, o endereço era ponto de visita de milhões e milhões de usuários pelo mundo. O século ficou para trás e os negócios da empresa também. Nesse ínterim, o Google agigantou-se e tomou boa parte do lugar da companhia. Em buscas, o Google tem atuais 66,4% de participação no mercado americano, como mostram os números da comScore. Em terceiro lugar, o Yahoo! tem 12,8%. Em maio do ano passado, o Yahoo! também perdeu para o rival a liderança em um posto que ocupou por 16 anos: o de maior plataforma para anúncios digitais.
Huawei deixou Ericsson para trás entre as fabricantes de dispositivos eletrônicos
A Huawei engorda a lista de empresas chinesas que ganharam musculatura globalmente. No fim do primeiro semestre, a companhia ultrapassou a sueca Ericsson entre as maiores fabricantes de dispositivos eletrônicos do mundo. Suas vendas no período foram de 16,1 bilhões de dólares, número superior aos 15,2 bilhões de dólares apresentados pela Ericsson. Com a desaceleração da economia e a queda nos ganhos das operadoras de telecom, a competição vem se tornando cada vez mais acirrada entre as empresas que fabricam componentes. Ao que parece, a Huawei soube tirar proveito da situação.
Wanda passa Regal como maior cadeia de cinema
Depois de anunciar a compra da americana AMC Entertainment por 2,6 bilhões de dólares – maior transação já feita por uma empresa chinesa na terra do Tio Sam -, o grupo Dalian Wanda tornou-se dono da maior cadeia de cinema no mundo. Quando a aquisição foi divulgada, em maio, o Dalian Wanda controlava 730 salas na China. Nos EUA, a AMC possuía mais de 5.000 telonas. Antes do acordo, a liderança era da também americana Regal Entertainment Group, com vendas de 2,7 bilhões de dólares em 2011.
Fonte: Exame Abril
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