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“Nosso tempo é um mundo novo em folha do tudo ao mesmo tempo agora.
O tempo cessou, o espaço desapareceu.
Vivemos agora em uma aldeia global…”

Cem anos depois de seu nascimento, o pensador canadense Marshall McLuhan – inspirador do título do jornal Meio & Mensagem – permanece atual, controverso e incompreendido, como sempre foi.

Marshall McLuhan

Marshall McLuhan

Numa coleção de slogans selecionadas em reportagem no Meio & Mensagem desta semana, conseguimos conhecer um pouco mais da mente deste grande pensador e teórico da comunicação.

“O meio é a mensagem”

“Olhamos o presente por um espelho retrovisor. Marchamos de volta ao futuro”

“Um meio de comunicação modifica outro, assim como um idioma é alterado por seu contato com outro”

“Toda publicidade anuncia publicidade”

“Atualmente, cada um de nós vive centenas de anos em uma década”

“Hoje, o negócio do mundo dos negócios é criar novos negócios”

“Qualquer homem hoje é, de certo modo, um artista”

“O futuro do livro é a sinopse”

“Nosso tempo é um mundo novo em folha do tudo ao mesmo tempo agora. O tempo cessou, o espaço desapareceu. Vivemos agora em uma aldeia global…”

“Um dia descobriremos que os anúncios de nosso tempo constituem os mais ricos e fiéis reflexos diários que uma sociedade pode conceber para retratar todos os seus setores de atividades”

Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem

Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem

Algumas iniciativas tem sido tomadas para recuperar o “break” editorial das obras de McLuhan, que estavam escassas no mercado brasileiro. Quem desejasse alguns de seus livros, teria que dar uma passeada pelos sebos, já que de 1968 a 2005 apenas 6 livros do autor foram lançados no Brasil.

Algumas iniciativas destacam-se no sentido de retomar a obra de McLuhan: uma das ações mais recentes é o relançamento, em nova tradução, do livro O Meio é a Massagem: um inventário de efeitos, escrito por McLuhan e desenhado pelo artista gráfico Quentin Fiori, um dos mais experimentais da carreira do pensador canadense. Escolhido como primeiro título da recém-lançada editora Ímã, a versão anterior da obra, lançada no Brasil pela Editora Record nos anos 1970, estava esgotada e era objeto de colecionador.

O Meio é a Massagem

O Meio é a Massagem

A iniciativa, segundo o editor e proprietário Julio Silveira, é também simbólica. “Escolhemos esse título como um manifesto, uma carta de apresentação ou de intenções. McLuhan, há 40 anos, anteviu com clareza a reconfiguração entre criadores e leitores que a ‘circuitação eletrônica’, ou a internet, iria provocar e comentou seus desdobramentos”, afirma.

Outra iniciativa é da Cultrix, que ainda detém os direitos da publicação do mais conhecido livro de McLuhan, prometendo uma nova versão da obra, com a mesma tradução de 1969, mas novo projeto gráfico e capa. O livro Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem teve 17 reimpressões, desde 1969, e estima-se que tenha vendido 30 mil exemplares, ao todo.

Revolução na Comunicação

Revolução na Comunicação

Para Julio Silveira, a redescoberta de McLuhan já na era digital não foi percebida pelos editores brasileiros. “Quando, em fins dos anos 1990, com a chegada da internet, as pessoas começaram a notar que muitas das ‘profecias’ dele estavam acontecendo, houve um resgate (no exterior). O Brasil não acompanhou o passo, editorialmente”, lamenta Silveira.

Ainda completa: “quando a revolução digital ainda estava no berço, McLuhan já nos estimulava a abraçar os novos meios e olhar para frente. Ele dizia que olhamos o futuro pelo retrovisor.[…]”

Mo Cohen, da Gingko Press, que negocia os direitos de McLuhan ao redor do mundo, estima que a obra já tenha atingido 20 idiomas e, a cada ano, os livros são traduzidos para três novas línguas. “A quantidade de livros impressos e vendidos em todo o mundo não é grande, mas é constante e crescente”, atesta Cohen.

Então separamos algumas das obras de McLuhan.

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